Segundo o Valor Econômico, André Moura teria atuado em articulação para a soltura do presidente da Alerj

Segundo o Valor Econômico, André Moura teria atuado em articulação para a soltura do presidente da Alerj

Segundo matéria publicada pelo Valor Econômico, o secretário estadual de Governo do Rio de Janeiro, André Moura (União Brasil), teria atuado nos bastidores em uma articulação política para pressionar deputados da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) a votarem pela revogação da prisão preventiva do presidente da Casa, Rodrigo Bacelar, também do União Brasil.

Bacelar foi preso preventivamente pela Polícia Federal em 3 de dezembro, sob suspeita de ter alertado o ex-deputado Tiago Santos, conhecido como “TH Jonas”, sobre uma operação da PF que o prenderia por envolvimento com o Comando Vermelho. Apesar da gravidade das suspeitas, a Assembleia foi chamada a deliberar sobre a manutenção da prisão de seu próprio dirigente máximo.

Na segunda-feira (8), a Alerj aprovou a revogação da prisão por 42 votos favoráveis e 21 contrários. De acordo com deputados ouvidos pelo Valor Econômico, o resultado foi construído a partir de intensa articulação política e pressão direta sobre parlamentares, em um movimento concentrado nos bastidores.

Conforme a apuração do jornal, André Moura aparece entre os nomes citados como possíveis operadores dessa articulação. Relatos indicam que o secretário teria ido pessoalmente à Alerj e utilizado a sala da presidência para realizar contatos individuais com deputados, buscando consolidar votos favoráveis à soltura de Bacelar. A assessoria de Moura nega qualquer participação.

Ainda que André Moura, pré-candidato a senado por Sergipe, negue envolvimento, o simples fato de seu nome voltar a surgir associado a uma tentativa de blindagem política em um caso com ramificações no crime organizado o coloca em posição delicada no debate público. Não se trata de episódio isolado. Moura foi citado recentemente na CPI do INSS, já enfrentou condenações por improbidade administrativa. Logo, cada nova controvérsia amplia questionamentos sobre a recorrência de seu nome em episódios que desafiam a credibilidade das instituições e os limites éticos de sua atuação.