Superlotação do Hospital Universitário é reflexo de déficit de leitos e sobrecarga de atendimentos de baixa complexidade, apontam dados

A presença da professora doutora Sandra Menta, superintendente do Hospital Universitário de Lagarto (HUL), na tribuna da Câmara de Vereadores nesta terça-feira (21), revelou, com dados oficiais, a dimensão da sobrecarga que atinge a unidade. O HUL opera com 98 leitos habilitados, mas recebe entre 50 e 60 internações acima dessa capacidade, confirmando uma rotina de superlotação.
A superintendência apontou que 70% dos pacientes que chegam à porta de urgência são classificados como verde ou azul, casos de baixa complexidade que deveriam ser atendidos nas redes de atenção primária e ambulatorial do SUS, incluindo unidades básicas, clínicas de especialidades e a UPA.
Mais grave ainda, dos 70%, 90% desses pacientes são moradores de Lagarto, o que evidencia que a responsabilidade recai diretamente sobre a gestão municipal, chefiada pelo prefeito Sérgio Reis. Cabe ao município garantir o funcionamento pleno da Atenção Básica e das redes de média complexidade, responsáveis por absorver essa demanda antes que chegue ao hospital. A realidade mostra que os serviços municipais não estão conseguindo dar resposta, empurrando para o HUL uma carga que em tese não lhe compete.
É fato que essa situação não surgiu agora. Trata-se de um problema que se arrasta há anos, mas a omissão diante desse problema amplia o impacto sobre a população.
Enquanto a gestão do prefeito não apresenta medidas concretas para fortalecer a Atenção Básica e estruturar adequadamente a rede de baixa e média complexidade, os moradores de Lagarto permanecem expostos à sobrecarga do hospital, enfrentando longas horas de espera e, muitas vezes, sem atendimento adequado, para quadros que deveriam ser resolvidos em outros níveis de atenção.
O resultado é que a população segue carente de assistência e sem a mínima dignidade humana, que é o acesso a um sistema público de saúde eficiente, enquanto o HUL continua a receber essa demanda crescente, reflexo de anos de falhas da rede municipal.
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