Machismo escancarado: Iran Barbosa ignora a crítica dos 5 homens e escolhe gritar com a única mulher que repudiou fala de Lula

Machismo escancarado: Iran Barbosa ignora a crítica dos 5 homens e escolhe gritar com a única mulher que repudiou fala de Lula

A sessão da Câmara Municipal de Aracaju desta terça-feira, 19, foi palco de um espetáculo lamentável de truculência e desrespeito, expondo de forma cristalina um problema estrutural que ainda persiste na política brasileira: o machismo enraizado em suas mais diversas formas.

O episódio em questão teve como protagonista o vereador Iran Barbosa (PT), que, ao invés de manter a compostura e a postura republicana que se espera de um parlamentar, optou pelo grito, pela exaltação e pela intimidação contra a vereadora Moana Valadares (PL). Curiosamente, ele não direcionou sua fúria a outros vereadores presentes — 5 homens — que também expressaram críticas à fala do presidente Lula, considerada machista e misógina. A escolha do alvo não foi coincidência: foi um reflexo do que há de mais arcaico e autoritário na política: um homem tentando impor sua presença pelo grito, pelo gesto agressivo, pelo tom autoritário, comportamento esse que tem um nome: violência política de gênero, prática onde se tenta silenciar mulheres pela força, pelo constrangimento, pelo desgaste emocional.

O mais grave é que isso aconteceu justamente durante um debate sobre um caso de machismo explícito, quando o vereador Levi trouxe à tona a infeliz declaração de Lula ao comentar sobre a aparência da presidente do PT, Gleisi Hoffmann. Ao invés de se engajar no debate de forma civilizada, Iran Barbosa escolheu reforçar o próprio machismo ao atacar justamente a única mulher que se manifestou.

O episódio de hoje precisa ser repudiado não apenas por seus pares, mas pela sociedade como um todo. Não é aceitável que um parlamentar, investido de poder pelo voto popular, use sua posição para tentar intimidar uma colega de plenário. A Câmara Municipal de Aracaju não pode se tornar um espaço onde o autoritarismo e a truculência prevalecem sobre o diálogo e o respeito.

A postura do vereador Iran Barbosa só reforça a tese que o espaço político continua sendo um ambiente inóspito para as mulheres. Bastou o presidente Lula ser machista em público para seus liderados se sentirem confortáveis em reproduzir a má conduta. Percebem?